Dias inteiros vão-se embora, e depois seus anos,
enquanto eu penso em nada a não ser na sua escuridão
à deriva como uma ponte contra o céu.
Dia após dia eu sonhadoramente persigo sua melancolia,
suas buscas, suas margens suaves me envolvem,
e sobre o meu alongado pescoço, seu beijo
murmurava como uma ferida. Minha vida
se tornou a inalação de suas ponderações de ervas
e algumas vezes, sob a luz do sol, meus olhos,
cercados na água, terão um vislumbre do caminho
que leva ao grande mar. Porque foi lá que eu vim ao mundo.
E então por um momento meus braços estendidos
vão gritar por sobre a frondosa copa do ar
como cristas de ondas, e relâmpagos, rápidos como a dor,
passarão através de mim em direção à floresta,
e eu me afundarei diante daquela brutal ternura
que me sustenta, que me segura como um escravo
na sua distância líquida de olhos, e um dia,
ainda que chorando por minhas carícias, me abandonará,
momento de ar infinitamente salgado! O sol palpitando
como um sinal! por sobre a carne aberta da terra.
Nome (Deixar em branco se não quiser que o seu nome apareça)
Comentário
Carateres restantes: 1000