Amigo do nazareno, mais aceitável é o dia da pena
pela dor sua companheira, dor que não se deve perder,
que não se deve esquecer
sendo que nunca se esquece
a Primavera durante o Inverno. Uma aproximação
constante a algo mais amado, talvez
uma loucura apenas, ou uma pobreza maior.
Mas agora mesmo agora no meio desta roupa
para estender, perceber um gelo preguiçoso que já não espera pela
ressurreição, único possível resgate das angústias
nossas... Pescador, do mar vem tudo, do mal
vem cada mal e cada coisa, tu satanás e pedra,
calosa verdade humana,
ó pescador...
que, se à noite, penso em ti,
no que ficou da tua história
da tua prece...
Amigo do nazareno, o vento que agora sopra é quente como
é quente o sangue que nos une, e nos torna iguais na vida
expostos à sua prova.
Além da fronteira fica apenas uma canção de uma coragem
superior –
no coração beleza não acumulável.
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