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Sábado

Gabriel Del Sarto

Amigo do nazareno, mais aceitável é o dia da pena

pela dor sua companheira, dor que não se deve perder,

que não se deve esquecer

sendo que nunca se esquece

a Primavera durante o Inverno. Uma aproximação

constante a algo mais amado, talvez

uma loucura apenas, ou uma pobreza maior.

Mas agora mesmo agora no meio desta roupa

para estender, perceber um gelo preguiçoso que já não espera pela

ressurreição, único possível resgate das angústias

nossas... Pescador, do mar vem tudo, do mal

vem cada mal e cada coisa, tu satanás e pedra,

calosa verdade humana,

ó pescador...

que, se à noite, penso em ti,

no que ficou da tua história

da tua prece...

Amigo do nazareno, o vento que agora sopra é quente como

é quente o sangue que nos une, e nos torna iguais na vida

expostos à sua prova.

Além da fronteira fica apenas uma canção de uma coragem

superior –

no coração beleza não acumulável.

 

 

 

 

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