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O amor

Gabriel Del Sarto

Suaves refracções – estas leves

dores. Tempos e linhas rectas e vozes

parciais vindas dos bosques e do mar, e as avenidas.

Sobre a poeira sobre a palmeira de casa

ouve-se um vento novo, claro,

e por vezes as lunações, os regressos. A parte

de nós a nós incessantemente

ignota. Essas noites ainda por trás

das colinas contigo, luminosas, a escuridão

lá fora, caminhando pelos caminhos terrestres

gordurosos de matéria, com alegria e astros. Ver-te

assim, à minha procura. Lembras-me a palmeira que não se quebra

e que luta contra o clima e com os dias. Ó anjos atordoados

pelo verde cheiro a morte da erva, e o renascer,

- e os anjos são a mais algébrica e exacta

fórmula do nosso medo – e a lua

as marés nocturnas dos bosques, sou

frágil, e a galáxia sobre o relvado

da Argegna , o respirar

escuro e espantoso da Natureza.

E gostaria ainda, tal como antes, e tu também,

flor vermelha, mas depois os silêncios, lenta

respiração do amor e não sei nós os dois o nosso

lentíssimo morrer das fibras,

dos filhos.

 

 

 

 

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