Não me parece bem que falem mal
de prostitutas jovens essas mulheres
que os maridos retiraram
da sua contínua mudança de casal.
São-lhes iguais.
Nada de mal fizeram, ou fazem, a ninguém.
Bem pelo contrário, favorecem.
Quem do prazer breve faz ofício
dá pedaços de amor a muita gente.
E o prémio do amor é o prazer.
Sem amor, até, que bom ganhar o prémio.
Não há que escandalizar-se. Uma fortuna
torna feliz mais gente ao partilhar-se
do que se for guardada por um só.
Pratica pois o bem quem o prazer reparte.
E sabem muito mais estas do que aquelas
para arrancar a um corpo doces gozos.
Gozos que jaziam obscuros
no trato com as menos eficazes.
Não é justo que delas falem com desprezo.
São mulheres como as outras
que do amor-lar fazem ofício.
Se diferença há, é a do preço
por estas exigido a quem as queira.
O do amor-prazer é menos caro.
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