Estou à beira do mar,
estou à beira de ti.
Ardem no meu olhar
os sonhos que não vi.
Tudo em nós foi naufrágio,
não quisemos saber:
fizemos nosso adágio
do que não pôde ser.
Que resta do amor
a quem é como nós?
Envergonha-me pôr
em verso: «somos sós,
sós como amanhecer
às avessas do mundo,
sós como podem ser
as areias no fundo,
somos sós e sabê-lo
é negar o pronome
que de nós fez novelo
e por nós se consome».
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