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PRISIONEIROS

Luljeta Lleshanaku

Prisioneiros
culpados ou não
parecem sempre iguais quando são libertados –
patriarcas destronados.

Este acabou de passar cabisbaixo
pelo portão, apesar de não ser alto
seus gestos como os de um Beduíno
entrando na tenda
transportando às costas o dia inteiro.

Cortinas de algodão, paredes de pedra, o cheiro a cal queimada
levam-no de volta para o momento
em que a guerra fria terminou.

No outro dia, o seu lençol foi pendurado no pátio
como se a ostentar a mancha de sangue
depois da noite de núpcias.

Rostos manchados pelo sol
cercam-no, todos olhos e ouvidos:
"Com o que é que sonhaste a noite passada?"
Os sonhos de um prisioneiro
são pergaminhos
feitos sagrados pelas passagens em falta.

Sua irmã ainda está a descobrir os seus estranhos hábitos:
pedaços de pão escondidos nos bolsos, e sob a cama
o implacável corte da madeira para o inverno.

Porquê este medo?
O que pode ser pior do que a vida na prisão?

Ter escolhas
mas ser incapaz de escolher.

 

 

 

 

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