Início Autor Livros Trabalho não publicado Contacto Outros Autores Colaborações Prémio Nobel da Literatura Estatíticas de Votação
Autor Livros Trabalho não publicado Contacto Outros Autores Colaborações Prémio Nobel da Literatura Estatíticas de Votação

O Hipopótamo

T. S. Eliot

E quando esta epistola for lida entre vós
fazei com que seja lida também na Igreja dos
Laodiceanos
O Hipopótamo de costas largas
Repousa sobre a barriga na lama,
Embora nos pareça tão firme
É meramente de carne e sangue.

A carne e o sangue são fracos e frágeis,
Susceptíveis de choque nervoso,
Ao passo que a verdadeira Igreja nunca falha
Porque tem por base um rochedo.

Os fracos passos de Hipopótamo podem errar
Ao compreender os fins materiais
Ao passo que a Verdadeira Igreja não passa de se mexer
Para colher os seus dividendos

O `pótamo não consegue alcançar
O mango na Mangoaeira,
mas frutos de romã e pêssego
Refrescam a Igreja vindos do ultramar.

No acasalamento a voz do hino
Denota inflexões estranhas e roucas
Mas todas as semanas nós ouvimos e louvamos
A Igreja, por ser una com Deus.

O dia do hipopótamo
É passado a dormir, à noite caça,
Deus trabalha de um modo misterioso –
A Igreja consegue dormir e comer ao mesmo tempo.

Vi o ´Popótamo levantar voo
Subindo das húmidas savanas,
E anjos implorantes à sua volta cantam
Louvores a Deus, em altos hosanas.

O sangue do Cordeiro vai lavá-lo bem limpo
E ele abrirá os braços celestiais,
No meio dos santos serám visto
Tocando numa harpa de ouro.

Será levado tão branco como a neve,
E beijado por todas as virgens mártires,
Ao passo que a Verdadeira Igreja fica cá em baixo
Embrulhada no velho nevoeiro de miasmas.

 

 

 

 

Novo Comentário

Nome (Deixar em branco se não quiser que o seu nome apareça)


Comentário

Carateres restantes: 1000