I
BURACO, NEVE
É uma imagem de perda irreversível,
Este buraco na campa de meu pai que precisa
Continuamente de ser cheio. Agora, todos os meses, o meu
Tio vem para repor a terra com umas pás tiradas
Ao monte que sobrou. Olhos rasos de água,
Compensa o abater do corpo do irmão.
Chego na minha motorizada para ajudar
Mas ele não partilha o peso do desgosto.
Há seis meses que o meu pai morreu
E tem que suportar a neve funda,
Toda a noite caiu, silenciosa como o tempo,
Alisando e assemelhando tudo. Visitei
A campa gelada pelo Inverno, esperando ver
Um rasto de pegadas, um milagre da neve.
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