Lá fora um motorista espera pacientemente, por ti por mim?
Há um outro sítio a que não chegamos por um triz
prometo não abrir antes de a campainha tocar
enquanto tudo ficar como está, a campainha não toca
ele tem a porta fechada, continua sentado e à luz fraca
acende um cigarro, deixa escapar o primeiro fumo sem um suspiro
não olha mas liga o motor, na consciência tranquila que a única coisa
que poderíamos fazer era levantarmo-nos e abrir um pouco
as cortinas. O teu motorista? O meu? Deveríamos estar
mais indiferentes ou mais em pânico. Soam passos
próximos, afastam-se, desaparecem e, umas ruas além
aproximam-se passos, hão-de se afastar desaparecer e
o último fumo desaparece subindo em espirais no carro
silencioso frente à nossa porta. Há um outro sítio onde
nos reencontraremos, mesmo que toquem à campainha,
mesmo que um de nós acene ao outro para o tranquilizar.
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